quinta-feira, 9 de maio de 2013

SINAL DE CHUVA



SINAL DE CHUVA

As primeiras notícias de chuva
Enlevam-me a terras distantes
E nesse êxtase envolto sinto as solas dos pés
Pisar o solo natal que se enfeita de natureza

Ao pé do mourão o umbigo brota
Aprofundando as raízes que se alimentam
Do cheiro da terra molhada
Sob a rega que se faz do orvalho serenado

As preces a São José
Enfim atendidas
Semeiam esperanças novas
E o chão rachado bebe os primeiros pingos

A poeira calmamente se assenta
A vaca magra num esforço pela vida se levanta
E no vento que acaricia mais suave
Ecoa o pio d’uma rolinha afoita

O mandacaru esbanja majestade em flor
E seu verde não é mais solitário
N’algum galho de jurema da caatinga que se verdeja
Um ninho começa a ser trançado





Texto e fotos: by AMALRI NASCIMENTO

*Ninho de uma rolinha citadina, 
construído nos arbusto de um pé de ficus, 
na minha varanda.

Um comentário:

  1. Parabéns meu Amigo Amalri. Após ler está poesia, me transportei para minha cidade de Canindé-Ce onde a seca está rasgando literalmente o solo rachado que bebe os pingos de chuva.
    Um agrande abraço do seu amigo Santos

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