sábado, 31 de março de 2012

Das amarílis vermelha e branca

Imagem: Capa Antologia On Line "Brasilidades - Vol. 2" - Ed. Especial 2012 - CBJE 
http://camarabrasileira.com/bs212-032.htm




Amalri Nascimento
Potiguar, radicado no Rio de Janeiro/RJ



Das amarílis vermelha e branca
(Reconstruído a partir do poema “Dos cravos roxos” - Cecília Meireles)


Sob sombria e escaldante bruma noturnal,
No criado-mudo repousa o copo,
Onde ao soprar da brisa morna, a água chora.
Na soleira da janela semiaberta
Em vaso de terracota minhas três Amarílis feneceram...
Minhas três Amarílis vermelha e branca feneceram!
Minhas três Amarílis vermelha e branca desidrataram e morreram.
Minh’alma em sutil madorna solitária
Agita-se no afã por tua presença
Enquanto no leito largo, mergulhado em modorra
Meu corpo suado revira-se entre os lençóis.
Lá fora em voos rasantes
Aves noturnas abanam as pétalas das minhas três Amarílis mortas,
Minhas três Amarílis vermelha e branca defuntas,
São como beijos jogados no ar sem retorno.

“Eu pensava numa criatura”,
Quando sons de asas adentraram a janela...
Sonhos interrompidos...
Pesadelos atrevidos...
No vaso de terracota,
Minhas três Amarílis vermelha e branca morreram...


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