quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

INSÔNIA

                                Foto*/texto: Amalri Nascimento
                                *Janela da rezidência de Alberto Santos Dumont - Petrópolis/RJ.

INSÔNIA


Já é tarde e a escuridão parece tragar-me
Com a frieza das horas arrastadas,
Da janela espreito as estrelas,
Companheiras para uma noite inteira;
Tomado pela insônia
Travo diálogos telepáticos com os lampejos
Desprendidos do firmamento negro,
São eles, o meu alento, madrugada adentro.
Acalentando minhas memórias
Sigo absorto em meus pensamentos...
Já dia amanhecido,
Devaneio na lentidão do tempo,
No horizonte descerra-se a primeira hora clara,
Uma lufada de ventos matutinos
Soprados com a suavidade de um dia calmo,
Acaricia uma face demudada pela longa noite.
Da janela atenho-me ao bailar da relva e das folhas caídas,
Ainda orvalhadas pelo ar serenado.
O dia começa irônico ostentando
Um astro-rei que parece sorrir do meu desatino,
Como quem diz:
Ao fim do dia terás a lua por companhia.

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